sexta-feira, 28 de abril de 2017

Para MBL, greve tem cunho político e serve para desviar foco de investigações contra Lula

Integrante do MBL no RN, Luciana Monteiro comenta série de manifestações programadas para esta sexta e, ao contrário do protesto, celebra reformas


O Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que ganhou notoriedade após articular protestos a favor do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), considera a greve geral conclamada por movimentos sociais de Esquerda para esta sexta-feira 28 um ato de “cunho político” e voltado para “desviar o foco” das investigações contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). É o que afirma a odontóloga Luciana Monteiro, uma das integrantes do MBL no Rio Grande do Norte.
De acordo com Luciana, os protestos de hoje foram convocados por sindicalistas porque “eles não gostam de trabalhar de jeito nenhum”. “O país está precisando trabalhar e superar o buraco onde estamos. Não tem cabimento uma greve geral na véspera de um feriadão. Isso demonstra que eles [sindicalistas] não tem compromisso nenhum com o país, nem com o pobre nem com ninguém”, critica.
A greve geral desta sexta tem o objetivo de manifestar repúdio às reformas propostas para a Previdência e a legislação trabalhista. Para sindicalistas, as mudanças representam retirada de direitos de trabalhadores. Segundo Luciana, contudo, a revolta tem apenas uma motivação: o fim da obrigatoriedade do pagamento da contribuição sindical pelos trabalhadores, que têm o desconto em folha.
“Esses sindicalistas arrecadam, em média, R$ 3,3 bilhões por ano e não têm que prestar conta de nada. O que nós vemos são sindicalistas andando em carros de luxo, empregando parentes nos sindicatos e usando trabalhadores como massa de manobra. Esses movimentos todos são pagos com dinheiro público. Aí quando tiram a taxação obrigatória, eles acham ruim”, dispara Luciana.

Foto: Luciana Monteiro, integrante do MBL no RN / Arquivo Pessoal
Segundo a articuladora do MBL, a reforma trabalhista, ao propor o fim do “imposto sindical”, representa um avanço. “Ao trabalhador, foi dado o direito de escolher. Agora, os sindicalistas precisarão mostrar serviço. E sindicalista não gosta de trabalhar de jeito nenhum”, repete. “Eles estão defendendo os interesses deles e dos parentes”, complementa.
Ainda de acordo com Luciana, além do fim do imposto sindical, a reforma trabalhista que foi aprovada na Câmara dos Deputados não acarreta fortes mudanças na legislação. “A reforma foi mínima. E o que mudou foi positivo, como a divisão das férias e a regulamentação da terceirização. Agora, os trabalhadores terceirizados vão ter os mesmos direitos dos efetivos”, assinala.
Sobre a possibilidade de flexibilização da carga horária de trabalho, a porta-voz do Movimento Brasil Livre considera outra alteração positiva. “O estudante universitário, por exemplo. No turno contrário ao de suas aulas e compromissos na faculdade, ele poderá trabalhar, receber pelo período que ele trabalhar (3h, 4h ou 5h) e complementar sua renda”, pontua.
Por fim, a integrante do MBL afirma que os sindicalistas que conclamaram a manifestação de hoje não têm conhecimento profundo das causas. “Eles não sabem nem por que estão protestando. Só sabem gritar e agredir as pessoas. Eles estão apedrejando ônibus… isso é democracia? Isso é liberdade?”, conclui.
Agora RN

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