quinta-feira, 7 de julho de 2011

Governadora Rosalba Ciarlini cobra fim da greve da educação e sindicalistas criticam a "intransigência"


A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) cobrou (06/07/2011), ontem, o fim da greve dos professores da rede estadual, que já dura 68 dias. "Precisamos realmente que os professores retornem às aulas, para assim continuarmos a conversar, como teremos que fazer nos próximos quatro anos", disse Rosalba. Os professores que ainda não recebiam o piso salarial da educação em nível nacional, de acordo com a governadora, no mês de junho passaram a recebê-lo e tiveram um aumento de 34% do ordenado salarial. O resto da categoria, tanto ativos como inativos dos quadros da educação, deverá receber os 34% em setembro. Questionada a respeito das declarações do secretário-chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, em entrevista veiculada na edição deste domingo de O Poti/Diário de Natal, em relação às greves no RN, que, de acordo com Paulo de Tarso, seriam de cunho político-partidário, a governadora evitou comentá-las. Além de criticar os sindicalistas, Fernandes acusou a Federação das Indústrias (Fiern) de agir contra os interesses do Rio Grande do Norte e defender os empresários de estados do Sul/Sudeste. Segundo a chefe do executivo , nos próximos quatro anos o governo pretende continuar negociando os ganhos salariais. "Porém, o governo não pode prometer o que não tem condições de cumprir", afirmou. Comparando com os anos de 2008, 2009 (em que os professores também fizeram greve, mas não conseguiram aumento) e 2010, quando o aumento foi de pouco mais de 7%, Rosalba afirmou que o governo estaria dando o maior aumento que a categoria já teve. "Sobre a greve, eu respeito o direito, mas ela não pode ser abusiva. Na hora em que ela é abusiva fere os direitos da população, que devem ser preservados. Nós temos que ver pelo lado das crianças e dos jovens que estão sem aula. Eles têm direito à educação e não podem perder o ano letivo", comentou. Sindicalistas criticam "intransigência" As declarações da governadora Rosalba Ciarlini em relação aos movimentos grevistas desagradaram os dirigentes sindicais, que estiveram reunidos durante toda a manhã de ontem em frente à Governadoria, no Centro Administrativo, em protesto que buscava pressionar a chefe do executivo e marcar uma reunião de negociação diretamente com Rosalba. Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte-RN), Fátima Cardoso, a posição do governo em não negociar com a categoria é o motivo da greve na rede estadual de educação estender-se por 68 dias. "Após todo este tempo, não recebemos nenhuma proposta satisfatória do Governo do Estado. Somos acusados de intransigência, mas eles é que são silenciosos, intransigentes e prejudicam a população com esta postura", afirmou Fátima. Segundo a líder sindical, os 34% prometidos pelo governo como aumento, para serem pagos em junho e setembro, deveria ter sido depositados desde dezembro e, mesmo assim, a administração estadual não sinalizou o pagamento doretroativo. "Como se pode confiar em quem diz que pagou sem ter pago? Nós temos previsto para janeiro de 2011, devido a uma determinação federal, mais um aumento de 21,76%. O governo vai pagar ou teremos mais uma greve?", questiona Fátima Cardoso. Os professores, segundo a presidente do Sinte-RN, assumem o compromisso de que as aulas perdidas sejam repostas. O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do RN (Sinai-RN), Santino Arruda, compactua do discurso da líder sindical da greve dos professores: o governo não negocia e é o causador do problema. "É lamentável assistir a este tipo de posicionamento do governo do estado. A pauta de reivindicações do sindicato (que reúne quatro das categorias de servidores em greve) foi entregue em 4 de março e até agora não fomos chamados para sequer uma conversa", ponderou Santino.

Fonte: Diário de Natal


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