terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Sem recursos, venezuelanos abandonam seus cães

Dezenas de cachorros tentam se alimentar em um abrigo em Los Teques, nos arredores de Caracas, em outubro de 2016. A crise econômica levou muitos venezuelanos a abandonarem seus mascotes, que terminam perambulando nas ruas ou em abrigos de voluntários. (Manaure Quintero/VEJA)

Os animais são amarrados em postes ou apenas deixados em ruas próximas aos poucos abrigos, que estão superlotados

A crise econômica levou muitos venezuelanos a abandonarem seus animais de estimação. Na região de Los Teques, nos arredores de Caracas, o abrigo da Fundação de Amigos e Protetores dos Animais (FAMPROA) é um dos poucos a recolher animais deixados para trás por seus donos.
Apesar de funcionar há doze anos, no últimos meses o abrigo deixou de tomar a iniciativa de recolher animais abandonados – eles começaram a ser deixados todos os dias no local. Filhotes cães de raça e até cães deixados com carteira de vacinação chegam todos os dias para o lar da Maria Arteaga, professora aposentada de 53 anos. São poodles, goldens, boxers que aparecem amarrados a postes do lado de fora do abrigo improvisado. Ao todo,  vivem ali 120 animais, muito mais do que os pouco mais de 100 metros quadrados e cinco voluntários possam cuidar.
Para levar em conta os 50 quilos de ração necessários para alimentá-los diariamente, a superlotação é um desafio diário. “Em geral, chegam magros e feridos. Mas, ultimamente, aparecem alguns bem cuidados. Uma delas apareceu com uma carteira de vacinação, um vidro de xampu e um quilo de farinha ao lado”, diz Maria, enquanto acaricia os animais que latem incessantemente. “Sou agradecida por poder me dedicar aos animais, que são os mais agradecidos por receberem cuidados. Podem até não gostar do que há para comer um dia ou outro, mas amor não falta nunca”.
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