Foto: Márlio Forte
A professora potiguar Amanda Gurgel(foto) se recusou a receber o prêmio “Educadora de Valor” outorgado a ela pelo Pensamento Nacional das Bases Empresariais(PNBE).
O prêmio foi entregue nesta segunda-feira(4), mas Amanda enviou uma carta à instituição empresarial relatando os motivos pelos quais não aceitou receber a premiação.
Amanda, que é filiada ao PSTU, foi escolhida para receber a premiação pelo júri do 19º Prêmio Brasileiros de Valor 2011 – Por um Brasil Ético e Eficiente.
Na carta enviada à instituição, Amanda diz que sua luta é muito diferente as instituições, empresas e personalidades que já foram agraciadas com a premiação.
“”Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação”, diz Amanda.
E continua: “Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade”.
Amanda conclui: “Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação”.
Amanda conclui: “Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação”.
É bom lembrar que já foram agraciados com o Prêmio PNBE políticos como Marina Silva, Pedro Simon, Fernando Henrique Cardoso e Gabriel Chalita. Amanda seria a primeira professora do movimento sindical a receber a premiação.
Amanda deve ter recusado o Prêmio atendendo a orientação do PSTU, seu partido, que tem como slogan “Contra Burguês, Vote 16”.
Fonte: blog do Oliveira Wanderley
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